segunda-feira, 15 de junho de 2009

crônica: JOÃO EDUARDO RIELO

Rubens Antônio da Silva
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Muita gente não sabia que ele estava doente e foi um susto muito grande. João Rielo não se lamenta, só quer trabalhar. Quando soube da gravidade da sua enfermidade, desconversou. Não é isso, não. O médico está enganado. Procurou acalmar a família, não quer o sentimento de pena. Quer trabalhar. Mesmo quando a doença tira a luz de seus olhos e a firmeza de suas pernas, não reclama. Pergunta pela identidade das pessoas que o rodeiam. Eu mesmo, estando ao seu lado, quando informado por sua mulher de que estava ali, pude sentir a sua mão ainda firme bater em meus joelhos em sinal de saudação e alegria. O seu caso se complica, mas enquanto tem voz, bendiz e louva. Tanta gente se juntou ao corpo inerte no velório de Boituva. Não houve quem não se recordasse do quanto ele gostava das pessoas e era gentil com elas. Educado, pacífico, conciliador. Tolerante, paciencioso. Trabalhador, forte, disposto. Cada um procura seu adjetivo para qualificá-lo. Nunca rancoroso, nunca raivoso, nunca violento. João Rielo mereceu a profusão das lágrimas que correram nas faces desoladas. Pois é, João, a morte é mesmo assim. Tudo o que que você não queria era fazer chorar.

Um comentário:

  1. Que linda pai, adorei! O tio João merece tão bela crônica, que descreveu com perfeição suas qualidades admiráveis. Parabéns!

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