terça-feira, 26 de agosto de 2014

inquietações / sociofobia

sociofobia

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2014

sábado, 2 de agosto de 2014

artigo / Eu

O tema foi proposto pela minha mulher, Zélia. Eu. É o nome mais curto de um livro que eu conheço, de Augusto dos Anjos. É verdade que, posteriormente, foram adicionados outras poesias e ele passou a se chamar Eu e Outros Poemas. Eno Teodoro Wanke, poeta nascido no Paraná e radicado no Rio de Janeiro, que mandava sonetos para publicação no jornal O Progresso de Tatuí, editou um livro chamado É. Mas foi de propósito, só para ser imbatível no ranking dos menores títulos. Assim não vale.

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Hoje mesmo estive ouvindo uma entrevista do filósofo brasileiro Huberto Rohden concedida a Xênia Bier, pelo YouTube. E Rohden fala de Jesus. A certa altura, ele afirma que o Mestre não tinha a vocação para ser carpinteiro, mas sim para ser profeta e messias, mas sua profissão era a de carpinteiro. Então conclui que "a vocação é do Eu e a profissão é do Ego". Guardei bem esse conceito para meditar, para entender melhor. Filosofia parece uma coisa à toa, mas faz a gente pensar muito.

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Na Bíblia, quando Moisés insiste com Deus em saber Seu nome, o Pai fala "Eu sou o que sou". Se alguém perguntasse qual deus o mandou para tirar os hebreus do Egito, era pra responder "Eu Sou me enviou". Mas eu digo que, no português, não há a necessidade de se usar o pronome. Pode-se dizer que Deus orientou Moisés a dizer que "Sou me enviou", ficando o pronome Eu em oculto. Deus é o que é: Deus.

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Lembro-me de uma piada crítica aos Estados Unidos da América. Um pergunta: quem USA o Brasil? e o outro responde: EEUU! Um Eu bem arrogante. Outros tempos.

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Uma das frases mais conhecidas em todo o mundo é "eu penso, logo existo", de René Descartes. Mas, no português, para que o pronome Eu? Penso... é porque é o tema desta crônica, ora!