terça-feira, 23 de outubro de 2018

Ódio e desinformação

Em tempo de grandes polêmicas, vejo com tristeza agressões verbais frequentes na internet. "Burro" é um termo muito utilizado de lado a lado. Não se trata um irmão assim! A inteligência é um dom de Deus, é o que nos faz semelhantes a Ele. Todos somos inteligentes, uns mais outros menos. Devemos gratidão a Deus pela nossa capacidade intelectual, e não subestimar a alheia.

As divergências de ideias advêm da divergência de interesses, de valores. Muito do que se publica na internet carece de conhecimento, de informação leal. A pessoa raciocina com as informações a que teve acesso. Quer publicar com segurança? Examine suas fontes; são conhecidas? têm sustentação em provas cabais? Tudo é passível de comprovação.

Mas ninguém é burro por compartilhar informação errada. Há duas possibilidades para uma pessoa errar em suas mensagens compartilhadas. A primeira é fruto de uma mentira repetida exaustivamente por mídias maliciosas. A TV Globo, maior veículo de comunicação de massa no Brasil, jé reconheceu e se desculpou pelo apoio dado aos militares que assaltaram o poder no país. Também assumiu que distorceu o debate político para beneficiar Fernando Collor nas eleições de 1989, a primeira após a ditadura.

Vamos passar ao segundo caminho para se chegar a uma conclusão errada. Ela foi estudada a fundo pelo psicanalista Norberto Keppe. O ser humano, sendo estimulado ao ódio, à inveja, a uma emoção negativa, cria um escudo que o impede de chegar à realidade dos fatos. Ele rejeita intelectualmente todo o bem e o belo nas pessoas que rejeita. Seu pensamento não ultrapassa essa barreira e se desviam, chegando a conclusões enganosas. É como se a mentira fosse boa porque o satisfaz, o conforta.  Não admitir qualidade em alguém é tão estúpido quanto não admitir enganos em si.

A mídia maliciosa utiliza esses dois métodos (ou modus operandi) para dominar a inteligência popular: repetir exaustivamente informações falsas para que soem verdadeiras, e e incitar o ódio contra quem quer destruir. Feito isto, dificilmente o cidadão poderá desfrutar de sua inteligência intrínseca para chegar ao conhecimento da verdade, e estará enredado pelo mal, que invariavelmente estará contra si mesmo.

Não gosto de levantar problemas sem ao menos estudar uma solução. Indico a pluralidade de informações, sem dispensar o pensamento contrário; a busca por comprovações, hoje facilitada pela internet; o cultivo do amor ao próximo, sem o que não se conhece a sua realidade. Chamar um semelhante de burro é falta de amor.

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