segunda-feira, 26 de abril de 2010

UMA OUTRA POESIA (Odimar Martins)

À beira de um rio, uma vez
ela me falou como quem escreve:
- Se não conheces profundidade,
não arrisques um mergulho.

Um dia, andando pela rua
falei de amor. E ela:
- Se não conheces distâncias,
nunca inicies um caminho.

Uma hora, falei de saudade
e ela, como quem chora:
- Se não conheces o tempo,
não marques um encontro.

Um instante houve em que os lábios
quase se encontraram. E ela disse:
- Se não conheces a arte da esgrima,
não saberás o lado com que o sabre fere.

Hoje me encontro à beira de um rio
a lembrar alguém que passou.
- Se não conheces ternura,
não entenderás estes versos.

3 comentários:

  1. Lindo poema!
    Tanto que peguei emprestado para publicar em meu blog; qualquer coisa, depois devolvo ok?
    Um abraço.

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  2. Este poema pertence ao livro Relevos, de Odimar Martins, e foi publicado neste blog com autorização do autor.

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  3. Odimar também aprovou a republicação do poema no blog de zcarlos.

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