quinta-feira, 7 de julho de 1988

testamento

Quando meu corpo se tornar imprestável
e meu espírito de enfado repousar,
não quero alucinações nem desmaios.
Se fui bom, aperfeiçoa.
se mal, lamenta,
que para perdoar já será tarde.
Quando meu fôlego for suprimido,
rasga meus versos vadios.
Guarda somente aqueles que talvez possam inspirar bondade.
Esses, se achares, guarda-os
como se fossem minha voz
reproduzida
por ecos contínuos
entre as quatro margens do papel.

Boituva, 1988

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