Menina pobre do meu bairro triste,
quanta ternura existe em teu olhar!
Não chores mais a pena de viver,
pois em teu ser eu quero me abrigar.
Não chores o zombar da sociedade,
pois a maldade existe em cada ser.
Olha, olha para o alto firmamento.
Contempla as estrelas do anoitecer.
Elas são tão humildes como tu.
Não desfaças, não desfaças a trança.
Não altere o rosado de teu rosto.
Não percas, não percas a esperança.
Menina triste do meu bairro pobre,
que chora o zombar da vil sociedade.
Não, não deixes este teu caminho
pra que não venhas a sentir saudade.
Antes chama, chama por teu amado.
Mas bem baixinho,bem baixinho, assim.
Se me achares num cantinho calado,
chama baixinho, mas chama por mim.
Tatuí, 1978
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