domingo, 20 de setembro de 2009

Prefácio para Relevos, de Odimar Martins (2003)

A poesia foi a melhor coisa que vi nascer na amizade que tenho com Odimar. A inteligência superior e o espírito inquieto em busca das razões existenciais de Odimar, inundados por circunstâncias que ferem, fizeram jorrar poesias mescladas de indagações e respostas, buscas e encontros, medo e ousadia. A mulher surge em seus poemas como marca d'água, que aflora e desaparece, numa atmosfera impregnada de ansiedade e solidão. Essa inquietação dá vazão a belas metáforas num misto poético e filosófico, que aplaca a dor pela densidade da razão. Não espere o leitor ler um livro melancólico. Não. A poesia de Odimar tem a altivez de quem tudo vê, tudo compreende, tudo aceita com sabedoria. Perscruta a dor, toca nela e a recebe como companheira querida e dolorosa. O paradoxo de Camões quando falou do amor. Não tenho a pretensão de ser seu crítico. Se escrevo este prefácio é para dizer que gosto do que Odimar escreve e o considero um dos melhores poetas que tenho lido. Por isso o aplaudo quando vence concursos. Por isso o aplaudo agora quando publica. Tenho certeza de seu sucesso.

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