TARDE
(Paulo Setúbal)
Oh! vós que respirais a poeira da cidade,
Oh! vós que respirais a poeira da cidade,
Jamais entendereis a doce suavidade,
A música dorida, a estranha nostalgia,
Que vem da solidão quando desmaia o dia!
Vós nunca entendereis essa rude grandeza,
Essa infinita paz, essa imensa tristeza,
Que sai do coração da mata bruta, quando
Resplandecem no céu os astros palpitando!
É preciso viver longe da turba humana,
Longe do mundo vão, longe da vida insana,
Para sentir, amar, ouvir essa tristeza,
Que exala, ao por do sol, a maga Natureza!
Extraído do jornal Letras da Província, Limeira (SP), setembro de 1980..
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