Os óculos de minha avó
ficaram sobre o criado. Mudos.
Nunca mais verão os olhos
cansados de minha avó.
Mas quem os vê
pode ainda contemplar neles
o último olhar do adeus de minha avó.
- Me perdoe, qualquer coisa.
- Cuide bem do Vicentinho.
Aquele olhar de santa
ficou parado,
indiferente ao tempo,
para sempre gravado
nas lentes grossas
dos óculos de minha avó.
Sobre o criado.
Mudo.
.
Tatuí, 1988. Outras mídias: O Progresso de Tatuí (1993); Noite e Poesia de Tatuí (2000); Letras do Novo Milênio (RJ, 2001); Dias de Poesia (Itapetininga).
Lindo poema, Rubens, parabéns!
ResponderExcluirContinue assim: os artistas são como as aves e as flores, que nasceram para encantar o mundo!
José Ortiz Neto
Jornal STOP