Sardenberg, funcionário da Globo, animou a torcida da oposição ao Governo Federal, manuseando dados econômicos, arranjando-os numa perspectiva negativa, levando o raciocínio de seu público alvo à conclusão de que o Brasil vive "um desastre". Para isso, escolheu primeiro os países com os quais o Brasil deveria ser comparado: México, Chile, Peru e Colômbia. Mas a economia não está globalizada? EUA, União Europeia e Japão não seriam referências? Não vem ao caso da Globo. A Argentina e a Venezuela não são expoentes da nossa região? Não vem ao caso da Globo. Escolher os países não basta, é preciso buscar aqueles índices se que mostrarem mais desfavoráveis. Sardenberg escolheu selic, juros,, inflação, desemprego e pib. Balança comercial não era importante? Não vem ao caso da Globo. Classificação de risco, reservas internacionais e liquidez interna não são temas recorrentes na economia? Não vem ao caso da Globo. Selecionados os temas e os países a se comparar, falta ainda o período. Afinal, quer-se desgastar o governo atual. Mas para isso não teria que se comparar com o governo anterior? Não, não daria certo. Não vem ao caso da Globo. O desastre é o desastre, pronto e acabou. Não importa se é um parafuso que se soltou após uma grave colisão, é um parafuso que soltou e que não poderia se soltar. Vem ao caso da Globo.
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