No último ano do ensino médio, meu amigo mais próximo, Tomaz Eiji Kushida, se mudou para Campinas, onde pretendia cursar Engenharia. E ele me deixou dois presentes: um em mãos, o livro Fernão Capelo Gaivota, e o outro secretamente, uma assinatura por um ano da revista Acendedor (hoje Fonte de Luz). No livro, Tomaz inscreveu esta mensagem: (vou pegar o livro para copiar)
Já li varias vezes esse livro //Richard Bach descreve de forma leve e instigante A história de Fernão Capelo Gaivota // O autor conta toda a vida de Fernão Capelo, uma gaivota ávida por liberdade e pelo conhecimento. Desde sua juventude, Fernão Capelo mostra-se diferente das outras gaivotas, por nutrir intensa paixão pelo vôo. Fernão Capelo desafia as regras da sua comunidade quando mostra suas descobertas acerca do vôo. Por pensar de modo anticonvencional, Fernão é expulso da sua comunidade. Solitária, a gaivota aprimora suas técnicas de vôo até sua velhice, quando é misteriosamente elevada a outro mundo. Esta obra de Richard Bach destina-se a qualquer pessoa que esteja aberta ao aprendizado, alertando-nos a abrir os olhos para a liberdade que só o conhecimento pode trazer. Ao mesmo tempo carrega uma crítica à sociedade castradora // Esta crítica apresentada por Richard Bach dirige-se a vários aspectos sociais: na resistência ao novo, na imposição inquestionável de certas leis, nas limitações estabelecidas para o aprendizado, no conformismo, entre outros.Assim como na comunidade de Fernão Capelo, vivemos em uma sociedade que resiste profundamente às grandes mudanças culturais. Esta resistência tem origem no medo do que é novo. Nossa sociedade mascara seu medo estigmatizando, segregando e excluindo quem é diferente. Mas se prestarmos um pouco de atenção, poderemos ver que o medo parte dos que detém o poder. Estes passam a impor regras, a tolher liberdades, a ousar limitar o pensamento e o aprendizado // Quando dentre à massa, surge alguém que ousa avançar no aprendizado e descobre algo novo e bom, também é excluído pela sociedade. Os diferentes são colocados à margem da sociedade por serem justamente o que são: diferentes /// Esta é a sociedade em que vivemos // É uma sociedade que ergue paredes ao nosso redor, que muitas vezes nos faz acreditar em verdades unilaterais. Vivemos a coletividade que julga e finge que não está julgando //
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