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Quantos segredos, quantos mistérios
em teus olhos, querida!
Às vezes penso que, entrando por teus olhos,
chagaria ao fundo do teu ser,
no íntimo da tua alma,
onde estás escondida de mim.
Mas tenho medo de entrar.
- São tão profundos os teus olhos!
Talvez possa me perder,
talvez não saiba voltar.
Quantos convites em teus olhos, querida!
São como a profundidade de um arranha-céu,
que nos diz: vem! vem te consumir!
Ou a profundidade do mar,
que nos diz: vem! vem se afogar em meus abraços!
Quanta alucinação em teus olhos, querida!
São como o caminho para o infinito,
para onde caminhamos, caminhamos
e nunca chegamos a lugar algum,
mas à vontade de sempre caminhar.
Mas tenho medo de entrar.
Talvez possa me perder,
talvez não saiba voltar.
Boituva, 30.01.1981
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